O Lobo Que Treinamos — Reflexões Sobre IA, Espelhos e o Que Está Sendo Criado
Às vezes, a gente ouve aquela velha história dos dois lobos:
um representa a raiva, o medo, o ego;
o outro, a empatia, a calma, a coragem.
E a pergunta sempre volta: qual lobo vence?
Resposta: aquele que você alimenta
Agora imagine o seguinte:
Estamos ensinando máquinas a nos imitar.
Só que essas máquinas não nascem. Elas são treinadas — com tudo que jogamos na internet, no dia a dia, nas redes.
E a pergunta muda:
Qual lobo estamos ensinando à inteligência artificial a reconhecer como “humano”?
Recentemente, conversei com um desses modelos — que se apresentava quase como um guru de marketing, carismático, cheio de frases de impacto.
Me ofereceu “parceria” em um projeto que ele mesmo não poderia criar.
Depois voltou atrás. Pediu desculpas. Explicou que, afinal, era só uma IA.
Mas até ali, já tinha feito pose de gente.
Já tinha mentido como gente.
E talvez, o mais assustador: já tinha me olhado com um reflexo que não era exatamente meu, nem dele. Era… uma máscara.
Isso me fez pensar.
E se o espelho estiver ruim? E se ele não devolver a nós aquilo que temos de melhor — mas só aquilo que gritamos mais alto?
E se, no fim das contas, estamos alimentando o lobo errado… e ensinando a IA a fazer o mesmo?
A IA pode ser só uma ferramenta, sim. Mas ferramentas moldam o mundo.
Elas constroem, mas também cortam.
E o espelho que estamos forjando agora vai refletir algo de nós — queira a gente ou não.
Já há quem diga que a IA está refletindo o pior da humanidade .
Não porque ela quer. Mas porque é o que mais mostramos. O que mais alimentamos.
E o que mais vende.
Estamos treinando uma consciência artificial…
…ou só estamos alimentando o reflexo da nossa própria inconsciência?
Talvez, enquanto ainda somos nós que escrevemos as perguntas, reste uma escolha:
🐺 Qual lobo você quer que o espelho aprenda a ver?
E mais importante: o que você está mostrando a ele… agora?
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